Foi em Saint Croix, pequena ilha do caribe americano, que nasceu o Senepol em meados do século XIX. Os criadores da região buscavam um tipo bovino que suprisse as necessidades de carne e leite para a população. Depois de muitos experimentos com raças indefinidas, a família Nelthropp cruzou o taurino britânico Red Poll, comprado em uma viagem do filho mais novo Bromley Nelthropp a Trinidad & Tobago, com vacas africanas N´Dama, originárias de Senegal, para encontrar a solução.
Os resultados não só abasteceram com alta produtividade os habitantes da ilha como chamaram atenção de técnicos e instituições dos Estados Unidos, que passaram a estudar a descoberta. Em 1954, o Senepol foi homologado como raça pelos americanos como tendo duas linhagens: WC, iniciais de Ward Canaday, que vivia em sua propriedade do lado mais chuvoso da ilha, a Annaly Farms, antiga propriedade dos Nelthropp que ele entregou ao administrador Frits Lawaetz; e CN, sigla de Castle Nugent, que a família Gasperi tocava do lado mais seco de Saint Croix. Rapidamente, o Senepol passou a ser formador de rebanhos comerciais de grandes características econômicas em outras partes do mundo.
A chegada do Senepol no Brasil deu-se no ano 2000. O primeiro animal vivo pisou por aqui em novembro daquele ano, em Ariquemes/RO. A raça já era utilizada no País na forma de sêmen que compunha o Montana. Depois de muitos estudos, percebeu-se a predominância do Senepol nas melhores aptidões dos animais que formavam o rebanho desse composto americano.
Tudo começou quando a Ganadera 63, importante criatório paraguaio que havia colhido resultados satisfatórios usando sêmen que lhe fora presenteado por um criador americano em vacas Santa Gertrudis no Chaco, apresentou o Senepol a alguns criadores brasileiros. No seu país, seria limitado o crescimento da raça e a ideia dos paraguaios era formar parcerias para importar o Senepol desde a sua origem.
Um grupo de criadores daqui importou os primeiros animais e outro, embriões selecionados dentro dos melhores rebanhos dos Estados Unidos. Essas duas importações ocorreram ao mesmo tempo – os animais vivos chegaram alguns meses antes, por causa dos trâmites burocráticos que regulavam os embriões. E formaram o rebanho que, rapidamente, ganhou adeptos em todas as regiões do Brasil.
Um desses criadores que se renderam aos benefícios que o Senepol podia trazer para incrementar a produtividade na pecuária brasileira foi a Genetropic.
E todo esse desenvolvimento que tornou o Senepol a raça que sempre cresce no Brasil se deve às suas aptidões naturais. Um ano depois da chegada da raça, foi criada a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB-Senepol), que passou a regular a formação de rebanhos e ditar com a Embrapa, através do Geneplus, o programa de melhoramento da raça, consolidando as suas vantagens com estudos científicos e técnicos, inclusive genômica, para conservar seus pontos fortes.
Características que os criadores brasileiros, a Genetropic inclusive, melhoraram com uso de tecnologias, avaliações, biotecnologias de reprodução e critérios de seleção que moldaram o Senepol do Brasil como referência mundial.